"Hoje estava correndo na esteira da academia, enquanto assistia ao programa "Pirei" da Bete Lago, na minha indispensável GNT! O tema: silêncio. Se existe ou não, o que "ouvimos" quando nos calamos para "escutar" o silêncio, coisas assim. Presença linda da cantora Fernanda Abreu, enfim... Na hora, o ouvido do meu coração ampliou o pensamento para refletir o quanto vinha sentindo falta, de, no meu dia-a-dia, poder ser feliz em silêncio. Esse silêncio que talvez seja impossível, pois, mesmo em meditação, retiros e redomas, nossa mente não se cala. Mas, há algo possível em um silêncio cumplice nas relações que estabelecemos diante de amores ou amigos que nos dispensa de palavras em excesso, explicações e demasia, justificativas constantes e até vozes elevadas, ou que nos imprimem necessidades de cobranças e outras chatices. Nos últimos tempos percebi que para ser ouvida, andava por pouco, ou quando sim, mesmo: precisando gritar. Que erro, no qual quantos convívios desequilibrados podem nos fazer incorrer. 'Quem grita é porque está perdendo a razão'. Quando algo ou alguém exige isso de nós, certamente, não está em sintonia com nossa verdade, certa ou não, mas, acreditada por nós, e a recíproca também é real. Confesso que andei falando alto e necessitando de linguagens adversas ao meu coração, para ser ouvida. Que lástima! Quando isso ocorreu além das medidas, quase perdi o silêncio de vez, porque, ainda que não me exaltasse ou perdesse o diálogo possível, minha alma gritava por dentro, clamando socorro. A sorte é que no meio dos desvairios, eu a ouvi gritar. Às vezes, é preciso silenciar sentimentos, relações, consentimentos... Só assim, mergulhamos de volta ao silêncio da alma que sabe o que nos é direito e o que não nos faz vibrar em sonoridades agradáveis ao nosso Deus interior. No silêncio da fala, o coração não pára. No pulso do amor audível, retomamos a partitura que nos guia rumo à alegria da vida simples, que nada explica para se viver, que sente o dia, com a calma boa que retoma o tempo além das horas, nos traz prazer em simplesmente ser. É assim que estou me sentindo e é essa mesma energia que espero poder compartilhar com os meus, como sempre fiz. Graças, Pai, pela oportunidade que a cada dia nos é dada, para renascer em nossa história, renovar nossa missão. Como noutro dia escrevi: é muito bom me redescobrir matéria prima de mim. E saber, então que a resposta está sempre com nós mesmos. Assumir esta responsabilidade e não pena, confiar na bondade do Pai Superior que nos criou para a felicidade, aqui."
(Márcia Francisco)
"Inclina o ouvido do teu coração"
(São Bento)
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